Dia Do Índio
Nas escolas ontem foi comemorado “O dia dos índios”. As crianças do ensino infantil chegaram em casa com uma pena na cabeça. Uma “pena” também é que essa criança vai crescer sem perceber que seu dia a dia está inserido na cultura indígena repassada através das gerações até nós. Essa criança ao sair da escola, em sua casa irá almoçar peixe frito com açaí, acompanhado de farinha de mandioca. Outras irão pegar uma canoa para atravessar um rio para chegar em casa. E outras atravessarão uma rua sem ter ideia que o nome dessa rua é indígena como a Rua dos Tupinambás no bairro do Jurunas em Belém. À tardinha acompanhada dessas crianças tomaremos um tacacá com tucupi e Jambú e de sobremesa um sorvete ‘pai d’égua’ de castanha do Pará. À noite a criança vai se embalar ao som do carimbo até dormi numa rede de tradição indígena.
E o que lembra o índio? A pena na cabeça das crianças uma vez ao ano?
Apesar do discurso não reconhecer a cultura e a história dos povos indígenas,
ela está presente em nossa vida diária através de nossa alimentação com peixes, temperos e frutas domesticadas pelos povos indígenas; em nosso modo de vestir apropriado para o calor amazônico, em nosso jeito de dançar com nossas músicas da terra; em nosso jeito de falar “Égua”; de usar o pronome “Tu” na maioria de nossas frases. Mesmo que a sociedade estigmatize e tente excluir essa cultura, ela está inserida em nós, vive através dessas permanências e é isso que nossa COLEÇÃO DE ESTUDOS AMAZÔNICOS destaca, essas questões da sociedade atual, em particular o volume 2 com o título “Os povos da Amazônia Colonial”