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MasterChef destaca a culinária paraense, mas não ressalta seu legado cultural indígena.


Ontem o programa MasterChef teve um gostinho paraense. Contou com a presença do chef Thiago Castanho que lançou o desafio da prova de eliminação, que foi constituída pela preparação de um prato com ingredientes amazônicos como tucupi, jambu, maniva, pimenta de cheiro, farinha d’água, filhote, pirarucu, aviú, bacuri, cupuaçu, castanha-do-pará, etc. Em entrevista anterior a sua participação, Thiago já destacava que “a forma como são expostos os ingredientes de certa forma instiga os expectadores a colocar a Amazônia em suas rotas turísticas, coisa que ainda é pequena”. Da gravação que foi ao público, nosso chef paraense teve uma breve oportunidade de esclarecer que a produção de cada um desses ingredientes possuem um conjunto de conhecimentos. Todavia, em nenhum momento o programa utilizou a expressão “culinária amazônica” ou “região amazônica”, apenas as expressões “norte” e “região norte”. E, também, parece-nos não ter explicitado claramente que todos esses ingredientes são resultantes de um processo milenar de aprendizado indígena através de suas relações com a natureza da planície amazônica que resultou na domesticação ou semi domesticação de algumas espécies de sua flora e fauna. Saberes que chegaram até os dias atuais e que compõem nossa cultura alimentar. Devemos conhecer as grandes contribuições dos povos indígenas em nossa sociedade contemporânea, reconhecendo seu protagonismo na história e cultura, nos livros didáticos e de receitas. (Fotos: Stela Santana).


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